quinta-feira, agosto 03, 2006


...L'Enfant - A Criança



Os protagonistas Jérémie Renier (Bruno) e Débora François (Sonia) .
O filme ganhou a Palma de Ouro no festival de Cannes do ano passado

Não faço uma comparação, pois se seus estilos se assemelham, são em raras situações. Porém, depois de Ingmar Bergman, os irmãos Luc e Jean-Pierre Dardenne, talvez sejam os mais bem-sucedidos diretores a captar o sentimento humano. O julgamento é feito a partir de “A Criança”, último filme da dupla, em que eles apostam em um formato marcado pela proximidade do espectador com as atitudes dos personagens. Muito mais do que promover um simples acompanhamento frente às instabilidades dos protagonistas, o uso abusivo das câmeras nas mãos, promove uma sensação tão grande de pertencimento que acaba incomodando aquele que o assiste.
Tornamo-nos mais vulneráveis, a ponto de nos envolvermos com os protagonistas. Somos capazes de rir, chorar e em alguns momentos trazer para nós suas angústias e aflições. A história do filme é marcada pela trajetória de Bruno, um jovem que vive à custa de roubos e furtos, mas que começa a viver uma crise de identidade a partir do nascimento de seu filho. O conflito começa quando ele decide vender a criança o que acaba provocando a ruptura com sua namorada Sonia.
Assim, percebe-se uma outra característica do cinema feito pelos irmãos belgas, a de utiliza-lo como forma de transmissão de uma mensagem. Como ambos chegaram a afirmar, o personagem Bruno funciona como metáfora da situação do mundo atual. Em que o dinheiro se transformou em um sujeito do indivíduo humano. A valorização dada a ele é tão exacerbada que o ser humano é incapaz de conhecer seus limites deixando que ele o domine.
Cabe também, uma outra interpretação de “A Criança” sobre uma outra ótica. Os diversos tipos de reações sofridas pela pessoa frente às situações impostas pela sua condição e a constante transformação que esses fatos imprimem ao homem. Sonia encara o nascimento do filho de uma determinada maneira, ao passo que Bruno o vê de uma outra forma, o que acaba levando a moça a alimentar um sentimento de ódio pelo rapaz. Porém, trazendo um pouco de esperança ao cenário pessimista da história, ambos se modificam e no final, a gente chora junto. Acredite. Um filme simples e bastante reflexivo. Vale a pena.

PS: Postar fotos amanhã, porque, infelizmente, today isn't possible. Ô saco, viu!!!

2 comentários:

Anônimo disse...

1. gostei da resenha
2. deu vontade de ver
3. tem q consertar a legenda: "alma de Ourono festival". ouro e no estão colados.
4. viu como é simples, título e negrito?

Lara Spagnol disse...

tinha lido a sinopse e achei que parecia ser interessante, mas sua resenha me deixou a fim de ver de verdade.

very nice pra chuchu, ju.

 
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Estrela Torta by Juliana Semedo is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil License
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